Famílias em Moçambique abrigam deslocados pela violência em Cabo Delgado | Land Portal

PMA/Falume Bachir. Pessoas deslocadas aguardando distribuição de ajuda alimentar

 
Situação de insegurança alimentar na província, no norte do país, por causa de confrontos entre tropas do governo e grupos armados não-estatais, deteriorou-se nos últimos meses; mais de 500 mil moçambicanos fugiram de suas casas deixando para trás bens agrícolas e pecuários. 
 

A violência em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, já causou mais de 670 mil deslocados internos desde o início dos confrontos em 2017. 

Extremistas e grupos não-estatais invadiram a região, na fronteira com a Tanzânia, estão em confrontos com tropas do governo moçambicano.  

 

Unicef/Mauricio Bisol

Unicef/Mauricio Bisol. Menina de 10 anos em assentamento para deslocados em Metuge. Os pais da menina foram mortos por insurgentes

 

Palma 

  No último 24 de março, grupos armados não-estatais invadiram a cidade de Palma, ao lado da capital de Cabo Delgado, Pemba, matando dezenas de civis. 

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, e outras agências da ONU atuam em Cabo Delgado para socorrer a população do conflito.  

Várias famílias abriram as portas de casa nas províncias de Nampula e Niassa para acolher os moradores que fogem da violência. 

Há relatos de decapitações, sequestros e violência sexual. 

Uma das vítimas, Abdul Selemane, de 44 anos, teve sua casa incendiada pelos terroristas. Ele fugiu com a mãe, esposa e os dois filhos de Mocímboa da Praia, um dos distritos mais afetados pelos ataques.  

 

FAO/Telcinia Nhantumbo

FAO/Telcinia Nhantumbo. Abdul Selemane, de 44 anos, teve sua casa incendiada. Ele fugiu com a mãe, esposa e os dois filhos de Mocímboa da Praia, um dos distritos mais afetados pelos ataques.

 

Cultivo  

Selemane encontrou abrigo no reassentamento de Marrupa, no distrito de Metuge, sendo forçado a abandonar o cultivo repleto de plantações. Em Marrupa, a comunidade cedeu a ele terras para a agricultura.  

Ele e a família acreditam em melhores dias, após a colheita das sementes que recebeu da FAO, no âmbito do programa de emergência.   

Segundo a agência da ONU, mais de meio milhão de pessoas tiveram de deixar para trás quase todas as suas posses, incluindo bens agrícolas e pecuários. 

 Makupe Bahetwe, 41 anos é líder comunitário no bairro de Ntokota, em Metuge, e está hospedando deslocados de áreas afetadas pelo conflito.   
Ele conta que a comunidade é solidária com os deslocados que são seres humanos e precisam de terra para o cultivo de sobrevivência. 

Foto ONU/Eskinder Debebe

Foto ONU/Eskinder Debebe. Distribuição de comida na vila de Nacate, perto de Macomia, em Cabo Delgado

 

Prioridade 

A FAO está a trabalhar com as autoridades para monitorar e responder as necessidades das comunidades deslocadas e anfitriãs. Estima-se que o conflito resultou numa queda de 30 % da produção em comparação com a campanha agrícola anterior. 

 Para o diretor provincial das atividades econômicas, Ageu Mário, os conflitos têm um impacto negativo no desempenho de vários setores da economia e na agricultura em particular, onde 86 % da população depende desta atividade.   

Ele disse ainda que o apoio ao restabelecimento dos meios de subsistência continua a ser uma prioridade.  

 

Recursos 

 

A FAO esta a implementar projetos em nove distritos que acolhem famílias deslocadas, seis em Cabo Delgado: Ancuabe, Chiure, Namuno, Mecufi, Metuge e Montepuez.  

E três na Província de Nampula: Meconta, Erati e Monapo para ajudar a restaurar os meios de subsistência da população afetada.  

Além de apoiar famílias diretamente afetadas pela violência, a agência está ajudar as famílias que hospedam pessoas deslocadas para aliviar a pressão sobre seus recursos e abastecimento de alimentos.  

Copyright © Source (mentioned above). All rights reserved. The Land Portal distributes materials without the copyright owner’s permission based on the “fair use” doctrine of copyright, meaning that we post news articles for non-commercial, informative purposes. If you are the owner of the article or report and would like it to be removed, please contact us at hello@landportal.info and we will remove the posting immediately.

Various news items related to land governance are posted on the Land Portal every day by the Land Portal users, from various sources, such as news organizations and other institutions and individuals, representing a diversity of positions on every topic. The copyright lies with the source of the article; the Land Portal Foundation does not have the legal right to edit or correct the article, nor does the Foundation endorse its content. To make corrections or ask for permission to republish or other authorized use of this material, please contact the copyright holder.

Share this page