Lema/Tema: "Imagens e práxis urbanas: racismo, desigualdade e ação política"
Data: De 5 a 8 de novembro de 2024
Local: Salvador, Bahia - Brasil
O evento tem como tema geral “Imagens e práxis urbanas: racismo, desigualdade e ação política”, num esforço de reescrever – a partir de discussões, atravessamentos e compartilhamentos – as estratégias de luta contra o racismo e as desigualdades, legitimando esses espaços de discussão, como espaços de reconciliação e de ação política.
A Semana de Urbanismo – SEMUR foi criada em 2001, sendo organizada anualmente pelo Curso de Bacharelado em Urbanismo da UNEB. Já o Seminário Urbanismo na Bahia – urbBA foi criado pelo grupo de pesquisa Lugar Comum, da Faculdade de Arquitetura da UFBA, tendo sua primeira edição em 2011. Ambos os eventos se aproximam no que diz respeito à agenda urbana e ao período de sua realização, uma vez que em 08 de novembro se celebra o Dia Mundial do Urbanismo. Nesse sentido, buscando uma convergência, este ano serão realizados de forma conjunta: XVIII SEMUR & urbBA[24].
A XVIII SEMUR & urbBA[24] é organizada pelo Curso de Bacharelado em Urbanismo, com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Estudos Territoriais (PROET), ambos da UNEB. Para esta edição conjunta, propõe-se discutir o tema “Imagens e práxis urbanas: racismo, desigualdade e ação política”.
Nesse sentido, ao tratarmos de “Imagens e práxis urbanas: racismo, desigualdade e ação política”, buscamos reescrever – a partir de discussões, atravessamentos e compartilhamentos – as estratégias de luta contra o racismo e as desigualdades, legitimando esses espaços de discussão, como espaços de reconciliação e de ação política.
A Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou o período entre 2015 e 2024 como a Década Internacional de Afrodescendentes, reconhecendo a urgente necessidade da garantia de direitos e proteção a esse grupo, frente aos apagamentos e deslegitimação de sua existência. Afinal, são décadas de trabalho e luta por mudanças nos espaços de poder, de representação e de tomada de decisão, em busca por justiça e esperança na ampliação da igualdade de direitos entre pessoas de diferentes gêneros, cor e raça, etnia etc.
A estudiosa estadunidense bell hooks, ao sublinhar a importância de erguer a voz para disseminar as denúncias de opressão, por exemplo, aventa sobre o perigo do confinamento dessas discussões em âmbito estritamente acadêmico. Por isso, ressalta a urgência para que esses processos de construção do conhecimento rompam com essas barreiras simbólicas que separam a academia da sociedade e, muitas vezes, legitimam seu poder. Ao fazê-lo, enseja que esses debates/encontros deem conta, principalmente, de romper com os silêncios quanto aos desejos em recuperar o passado e, por conseguinte, superar esse passivo histórico e celebrá-lo, dando alcance para essas vozes que secularmente foram silenciadas, apagadas, deslegitimadas.
A dinâmica de acumulação do capital acirrou as desigualdades socioeconômicas, produzindo a exploração do trabalho, a expropriação da terra, a concentração da riqueza socialmente produzida. O racismo, como resultado do colonialismo e do eurocentrismo, deixou uma herança nefasta na sociedade, produzindo preconceitos, gerando exclusão social e ferindo a dignidade humana. Essas marcas do racismo e da desigualdade se manifestam nas cidades contemporâneas com a segregação socioespacial, com a periferização dos espaços do habitar e com as diferentes formas de uso e apropriação do espaço urbano. Consequentemente, as diversas formas de mobilização e articulação política, que se manifestam por meio da atuação das ações coletivas, expressam um contraponto a esse contexto e se apresentam como possibilidades potentes de transformação social.
Portanto, soa oportuno e pertinente que, no último ano da Década Internacional de Afrodescendentes, a XVIII SEMUR & urbBA[24] se debruce sobre assuntos/conteúdos, formas de linguagem e representação/metodologias que evocam questões basilares e se constituem como desafios na contemporaneidade. Debater o racismo e a desigualdade, assim como pensar a ação política são exigências fundamentais para as aspirações de uma sociedade mais justa, diversa e menos desigual.
Assim sendo, a XVIII SEMUR & urbBA[24] se compromete com esse debate pela reconstrução crítica e analítica de ações políticas que devem dar conta de desmistificar o racismo, pois ele existe e atormenta as pessoas negras todos os dias em todo o mundo. Além disso, enquanto espaço de diálogo, pode contribuir com reflexões para “desmascarar” as estruturas econômicas e sociais que determinam as relações de exploração e opressão entre pessoas e lugares no Brasil e no mundo.
A XVIII SEMUR & urbBA[24] se constitui como um evento gratuito e de natureza multidisciplinar, que possibilita e estimula a participação de professores/as, pesquisadores/as, estudantes, técnicos/as do planejamento urbano e regional, movimentos e coletivos sociais urbanos, Organizações Não Governamentais (ONGs), lideranças comunitárias e agentes do poder público ou privado, entre outros agentes sociopolíticos, para a promoção de um debate crítico e propositivo acerca de temas de enorme interesse social.