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A presente pesquisa teve como objetivo avaliar as mudanças nas atividades produtivas de mulheres rurais Afro-colombianas devido à expansão em seus territórios do cultivo da palma de óleo. Essa expansão é o resultado da dinâmica global de territorialização do capital nas zonas rurais por meio da compra e acumulação de terras por investidores privados, a fim de instalar grandes monoculturas, projetos de infraestrutura e/ou exploração de minerais, para o qual têm recebido o apoio dos governos nacionais com a reorientação de políticas agrícolas que lhes permitem a intervenção em territórios locais. Os países da América Latina, incluindo a Colômbia, não são isentos dessa dinâmica global. Este país tem aumentado as áreas de cultivo da palma de óleo para fins de exportação durante as últimas duas décadas. Isto levou a uma transformação nos meios de vida das comunidades rurais e étnicas, devido à ocupação física e simbólica de seus territórios, à apropriação dos seus recursos, incluindo terra e água, dos quais essas comunidades obtém seu sustento. Essas transformações são vivenciadas de forma diferente nas mulheres camponesas, devido às relações patriarcais-capitalistas e discriminatórias em que vivem, onde a sua voz e reconhecimento tanto no produtivo quanto no reprodutivo é invisível, da mesma maneira que os seus direitos sobre a propriedade dos ativos produtivos. Situações que as levam a uma maior condição de vulnerabilidade, empobrecimento e dependência. Este estudo foi realizado no município de Maríalabaja, cidade localizada no norte da Colômbia. Este município era produtor de uma grande quantidade e variedade de alimentos antes de 1998, quando se começou a instalar o cultivo da palma de óleo. Além disso, a maioria da sua população autodeclara-se camponesa e tem sido afetada pelo conflito armado interno colombiano. Foi usada uma metodologia qualitativa com o objetivo de descrever as atividades realizadas por mulheres pertencentes a organizações de agricultores, antes e após a instalação cultivo da palma de óleo, analisando as transformações vivenciadas por elas, as formas de resistência e os desafios que enfrentam para permanecer no território.