Povos do campo e cidade se posicionam contra o golpe, a mídia e o capitalismo internacional | Land Portal

Fonte: Voz do Movimento

Foto: Voz do Movimento

20/03/2016


Povos do campo e cidade se posicionam contra o golpe, a mídia e o capitalismo internacional



Neste último domingo (20/3) a Teia dos Povos, formada por homens e mulheres do campo, da floresta e das cidades, negros e negras, LGBT, crianças e juventude, anciãs e anciãos, indígenas, quilombolas e povos de terreiro, assinaram o Manifesto da Teia dos Povos à Sociedade Brasileira. 


Com o objetivo de ser um instrumento de diálogo com a sociedade acerca do atual cenário político, o documento aponta a necessidade de construir lutas contra as constantes ameaças à democracia brasileira promovida pela elite, associada às mídias e a serviço do capitalismo internacional.


Conforme o Manifesto: “acabaram as possibilidades de acordo com a elite dominante, e não há espaço para conciliação de classe. É imperativo conhecer, combater e transformar o que acontece no legislativo, no judiciário e nos porões e calabouços daqueles que financiam o golpe”.


“A Teia se coloca contra o golpe no Brasil, manifestando publicamente que a Constituição de 1988, que apresentou alguns avanços, não nos serve plenamente, mas mesmo assim a direita golpista não aceita as últimas derrotas eleitorais, rasgando a Constituição através de um golpe institucional aliado aos inimigos do povo”, afirma o documento.


 


Leia na integra o MANIFESTO DA TEIA DOS POVOS À SOCIEDADE BRASILEIRA:


20 de março de 2016


Nós da TEIA DOS POVOS – homens e mulheres do campo, da floresta e das cidades, negros e negras, LGBT, crianças e juventude, anciãs e anciãos, indígenas, quilombolas, povos de terreiro, por fim todo o nosso povo excluído, caçado, execrado, hostilizado historicamente pelo capital internacional e nacional – reunidos no ASSENTAMENTO TERRA VISTA no dia 20 de março de 2016, decidimos nos colocar CONTRA a ameaça à DEMOCRACIA promovida pela elite brasileira associada às mídias golpistas ao serviço do capitalismo internacional.


Somos conscientes da tarefa que temos em defesa do resultado das eleições democráticas de 2014, da tarefa histórica que terão as mulheres e os homens da Teia de construir o estado democrático popular. Diante do que se apresenta a conjuntura, ir apenas às ruas não resolverá. Acabaram as possibilidades de acordo com a elite dominante, e não há espaço para conciliação de classe. É imperativo conhecer, combater e transformar o que acontece no legislativo, no judiciário e nos porões e calabouços daqueles que financiam o golpe.


É importante afirmar que mais que a defesa de qualquer Governo, a nossa defesa deve ser em direção às pautas progressistas que norteiam as esquerdas no mundo e em proteção dos avanços que conquistamos nos últimos 12 anos. Para a TEIA DOS POVOS a corrupção do dinheiro público, afanam recursos que deveriam servir para investimentos que melhoram a qualidade de vida da população, portanto a Teia se coloca contra toda e qualquer corrupção do dinheiro público e de violação de direitos!


O conflito está colocado. O capital financeiro multinacional não concorda e não aceita a distribuição da riqueza. A elite dominante tem se colocado a sabotar os Estados Nacionais pelo mundo inteiro; ultimamente os ataques e achaques do capital internacional tem se concentrado na África, América Latina e no Oriente Médio. O Estado Nacional Brasileiro é estratégico para que as intenções do capitalismo sejam concluídas com sucesso, se apropriando dos recursos naturais, essenciais para aqueles que dominam o mundo continuem mais ricos e consigam com êxito espalhar a miséria no mundo.


Toda a riqueza do mundo está concentrada na mão de 1% da população. Quando os pobres avançam na conquista de seus direitos básicos causa ódio nessa elite dominante e fascista. Diante do agravante, o papel da juventude e das mulheres de todas as nossas comunidades é reagir, mobilizar e combater a elite fascista onde ela estiver; precisamos disputar a hegemonia, defender nossos territórios, nossas culturas, e nossas tradições e construir autonomia através da agroecologia.


É equivocado achar que o povo tem uma representação nas instancias constituídas, tendo em vista a inexistência da neutralidade dos judiciários e dos legislativos, estando submissos à ordem do capital selvagem. Que fique claro que o PODER econômico é quem manda.


A Teia se coloca CONTRA O GOLPE no Brasil, manifestando publicamente que a Constituição de 1988, que apresentou alguns avanços, não nos serve plenamente, mas mesmo assim a direita golpista não aceita as últimas derrotas eleitorais, rasgando a Constituição através de um golpe institucional aliado aos inimigos do povo.


Companheiras e companheiros, a burguesia não nos dará direito; ele, o capital, tem consciência de classe. Agora estrategicamente os POVOS precisam entender que temos que lutar pelo PODER. É importante defender o resultado eleitoral de 2014, mais sem perder de vista a luta de empoderamento dos povos, do campo e da cidade. Precisamos construir o PODER POPULAR, devemos ter a clareza que o maior PODER é o território, esse por sua vez só nos servirá com SOBERANIA E SEGURANÇA ALIMENTAR, construindo uma EDUCAÇÃO revolucionária e libertadora para a classe trabalhadora.


Toda as alianças da burguesia são contra a classe trabalhadora. Somos – as mulheres, os povos indígenas, o povo preto, os povos do campo e da floresta, além é claro dos trabalhadores e trabalhadoras nas cidades – sempre renegados dos nossos direitos. Contudo, somos conscientes das conquistas de 2003 até aqui, que a cor da universidade mudou, que milhões de pessoas saíram da pobreza extrema, e que por sua vez estes empurraram outros milhões para a classe média.


A Teia define que irá atender o chamado da burguesia: se é conflito que eles querem, vamos sim para o conflito!


Por fim a TEIA DOS POVOS define:


Manteremos uma aliança pela DEMOCRACIA para manutenção das nossas conquistas;


Assumiremos a tarefa de nos mobilizar CONTRA O CAPITAL E SEUS ALIADOS;


Defenderemos e promoveremos uma aliança com os movimentos sociais, os indígenas, quilombolas, assentados, ribeirinhos, extrativistas, LGBT, trabalhadores da cidade, sem-tetos, atingidos por barragens, bem como todos os povos do mundo, prioritariamente nas Américas, para ampliar os direitos, desenvolver a produção agroecológica, a soberania e segurança alimentar;


Defenderemos uma educação com a nossa matriz ideológica, construída pelo próprio povo, uma EDUCAÇÃO PÚBLICA e gratuita para as populações vulneráveis que garanta pesquisa, tecnologia e inovação numa perspectiva do trabalho libertador;


Defenderemos os territórios tradicionais dos povos indígenas, quilombolas, assentados e a democratização do direito à terra em todo continente Latino Americano;


Defenderemos nossos biomas, as florestas e a sua recuperação, os recursos hídricos e a toda nossa biodiversidade;


Reconhecemos que agroecologia é nossa ferramenta de luta;


Nos colocaremos em DEFESA da SOBERANIA dos POVOS e não abrimos mão da ampliação de direitos.

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