O acelerado movimento de produção e consumo, notadamente a partir da década de 1970 em todo o mundo, impôs sobre a sociedade contemporânea de todos os países, apropriações do espaço em dimensões cada vez maiores. Multiplicaram-se assim os processos de territorialização, desterritorialização e reterritorialização, delineando novos desafios sociais a serem superados face à mercantilização da natureza e, decorrente dessa decisão, tem-se também a sujeição de territórios e, porque não dizer, da vida (humana, animal e vegetal), enfim, dos sistemas vivos em níveis nunca antes experimentados.
Muitos trabalhos acadêmicos foram e são produzidos ocupando-se de descobrir e delinear situações espaço-temporais e territoriais que fragilizam a relação ser humano-natureza, sem contudo, considerá-las na perspectiva de riscos que podem desencadear crises na forma de acidentes graves e ou catastróficos.
Portanto, ainda são desafios postos a investigadores e profissionais diversos, a identificação dos riscos e sua gestão, uma vez que vários países promovem políticas econômicas cada vez mais ameaçadoras à segurança das pessoas e sistemas vivos. Quase sempre são os grandes empreendimentos nacionais e transnacionais relacionados aos setores energético, minerário, agronegócio, imobiliário, viário, dentre outros, os que mais alteram as relações territoriais que perpassam ao âmbito local, regional, nacional e, por vezes, internacional.
Neste sentido, torna-se fundamental o fomento de espaços de diálogos, a exemplo de um Simpósio, em que a temática Riscos e suas dimensões possam ser debatidas para se apontar perspectivas de políticas de apropriação do espaço que efetivamente promovam a segurança dos territórios atingidos por grandes empreendimentos e/ou por políticas frágeis de planejamento e ordenamento territorial.