Ana Teixeira de Melo
Leandro Roberto Neves
26 de julho de 2024, 14h00-16h00 (GMT+1)
Evento em formato digital | Inscrição obrigatória
De acordo com a International Disaster Database (EM-DAT) de 1991 a 2010, foram registrados no mundo em torno de sete mil e seiscentos desastres, totalizando cerca de um milhão e meio de óbitos e mais de 4 bilhões de pessoas afetadas. Os levantamentos científicos demonstram aumento significativo na frequência e intensidade dos eventos extremos, a partir de 1950, com destruição de cidades inteiras, perdas de vidas, prejuízos materiais e imateriais em várias esferas da sociedade. Cada vez mais, a temática do desastre atravessa o cotidiano de várias populações tendo destaque nos meios de comunicação de massa. O debate sobre os desastres é premente como contributo para se pensarem novas formas de prevenção e de intervenção em contextos de desastre mas também novas e mais positivas estratégias para o enfrentamento de fenômenos com consequências severas e que são não só difíceis de gerir mas, também cada vez mais inevitáveis.
No campo científico adensam trabalhos que buscam debater o desastre considerando as características, frequências, magnitudes, temporalidades e agentes provocadores do fenômeno. A complexidade processual do fenômeno e as suas intersecções sistêmicas exigem esforço de conjugação de várias áreas do conhecimento. No plano prático exigem-se ações transversais e transetoriais quer a nível macro, relacionando as questões ambientais, económicas, políticas e culturais quer no plano das micro, considerando-se os processos locais e as relações sociais envolvidas nas comunidades afetadas. Nesta Mesa Redonda pretende-se estimular um debate sobre as implicações para a teoria, investigação e prática de se conceptualizar o desastre a partir de uma perspectiva de sistemas e de sistemas complexos e de uma perspectiva de processos. Será realizado um breve enquadramento inicial sobre os paradigmas dominantes da compreensão do desastre introduzindo uma proposta de um vocabulário sistémico de base para descrever as situações de desastres e as suas múltiplas dimensões, apresentadas linhas gerais organizadoras de uma leitura do desastres a partir de uma perspetiva de sistemas complexos e lançadas questões para o debate. Espera-se contribuir para o estabelecimento de novas colaborações interdisciplinares e para a formação de quadros de pensamento suficientemente complexos para orientar políticas, intervenções e práticas para ações mais eficazes em contexto de desastres.
Programa
14:00-14:10 | Acolhimento - Ana Teixeira de Melo
14:10-14:25 | Apresentação de enquadramento (15 min): Leandro Roberto Neves
14:25-14:35 | Perguntas e Respostas
14:35-16:10 | Debate em mesa redonda - Moderação: Ana Teixeira de Meloe Leandro Roberto Neves
16:10-16:30 | Integração e conclusão
Nota Biográfica
Leandro Roberto Neves possui graduação em Psicologia pela Universidade de Taubaté, mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional e doutorado em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (2013). Atualmente é docente/pesquisador da Universidade Federal Fluminense. Trabalha no curso de Educação do Campo e atua em organizações não governamentais ligadas à cultura, ambiente e agricultura familiar. Desenvolve pesquisas e ações que envolvem as seguintes temáticas e campos do saber: Psicologia Social, Psicologia Ambiental, Psicologia das Emergências e Desastres, A questão agrária do Brasil, Formação Socioespacial Brasileira, Turismo Rural. Tem preferência nas investigações de: cidade, políticas públicas, território, educação, projeto interdisciplinar e cultura.