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Biblioteca Os sítios sagrados no arquipélago de Bijagós

Os sítios sagrados no arquipélago de Bijagós

Os sítios sagrados no arquipélago de Bijagós

Resource information

Date of publication
Maio 2015
Resource Language
Pages
63

O arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, ocupa um lugar preponderante entre os grandes
monumentos naturais do litoral oeste africano. Com cerca de 80 ilhas e ilhéus dispersos sobre
aproximadamente 10.000 km², constitui um espaço natural e cultural particular ainda bem
preservado, não obstante a crescente pressão externa e as novas lógicas de desenvolvimento
socioeconómico. Este equilíbrio é mantido graças a uma forte integração de valores culturais
e naturais, mantida graças à noção do sagrado ainda fortemente presente no seio das sociedades
bijagós, proprietária tradicional do espaço.
Através de uma proposta do Governo Guineense, ao cabo de cinco anos de estudos e pesquisas,
o arquipélago foi classificado como reserva da biosfera pela Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a 16 de abril de 1996. O arquipélago
dos Bijagós passou, assim, a gozar de um estatuto e interesse internacional, integrando a
rede das áreas dos patrimónios naturais internacionais, contribuindo, no quadro das políticas
ambientais internacionais, para a preservação da biodiversidade mundial.
A enorme riqueza dos espaços naturais do arquipélago ainda preservado até aos nossos dias
só foi possível graças à noção particular do sagrado e do seu aproveitamento para regular a
ação predatória do Homem e regular o comportamento individual e as relações que se estabelecem
na sociedade. Este legado natural traduz-se num conjunto de espaços naturais considerados
sagrados, nomeadamente ilhas, matos, árvores, praias, rios, portos e locais mais
ou menos isolados, denominados de ponta di fanado. O conceito do sagrado é estendido
ao espaço construído e habitacional, a tabanka, onde as casas que identificam a linhagem
geracional e que albergam os espíritos da tabanka – presentes nas balobas, mas não só – são
elementos sagrados importantes.

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