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Em vários países em desenvolvimento, a agricultura é a principal actividade e é tida como a base para o crescimento das suas economias. Em Moçambique, apesar do emergente crescimento da indústria extractiva nos últimos anos e da redução considerável da percentagem de pessoas que tem a agricultura como actividade principal (de 60% em 2005 para 54% em 2012, segundo o Inquérito Agrário Integrado de 2012), a actividade agrícola continua a ser o principal sector económico, empregando a maior a parte da população, sobretudo no meio rural. Embora a produção para o auto-consumo familiar seja o principal objectivo dos pequenos agricultores, a obtenção de rendimento monetário com a venda de excedentes não deixa de ser relevante. A renda extra-agrícola possibilita o incremento de insumos na agricultura, o que pode aumentar a produtividade nas suas áreas de cultivo. Desta forma, é importante estudar as estratégias de incremento de renda adoptadas pelos pequenos produtores moçambicanos. Neste contexto, o presente estudo identifica as actividades que os pequenos produtores de Chokwé, Guijá e KaMavota (na cidade de Maputo) buscam a fim de suprir as suas necessidades. Tais actividades incluem o assalariamento (trabalho para outrem), as remessas de familiares emigrados e outras actividades (comércio informal, prestação de serviços, etc.). Para além de identificar as actividades, procura-se apurar os valores que cada actividade contribui na receita total do agricultor. Os resultados evidenciam também que os pequenos produtores próximos a zonas urbanas, por terem mais possibilidade de comercialização, apresentam maiores rendimentos, como é o caso de KaMavota. A estratégia de diversificação das fontes de renda visa reduzir o risco das actividades agrícolas. Entretanto, embora os pequenos agricultores diversifiquem as suas actividades, estes continuam obtendo (em média) rendimentos monetários abaixo do salário mínimo (em vigor na altura do estudo). Mesmo que produzam principalmente para o auto-sustento familiar, o rendimento monetário é gasto, quase que na totalidade, em bens alimentares. Não obstante, o padrão de vida é baixo, principalmente no que concerne ao acesso a serviços básicos como água e energia e a posse de bens duráveis.