Na América Latina e no Caribe, 26,8% das mulheres são consideradas obesas. Entre os homens, a taxa cai para 18,5%. Para a Organização das Nações para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a diferença é outra faceta da desigualdade de gênero na região. Segundo a agência da ONU, que divulgou os dados na véspera do Dia Internacional das Mulheres, os índices de sobrepeso são sintoma da pobreza e da falta de acesso a serviços integrais de saúde e a educação nutricional.
Na América Latina e no Caribe, 26,8% das mulheres são consideradas obesas. Entre os homens, a taxa cai para 18,5%. Para a Organização das Nações para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a diferença é outra faceta da desigualdade de gênero na região. Segundo a agência da ONU, índices de sobrepeso são sintoma da falta de acesso a serviços integrais de saúde e a educação nutricional.
Outra causa é a pobreza, que também afeta desproporcionalmente as mulheres. Para cada cem homens pobres, há 121 mulheres vivendo na mesma condição na América Latina e no Caribe.
As disparidades são motivo de preocupação para a FAO, que emitiu um apelo na terça-feira (7), véspera do Dia Internacional das Mulheres, à comunidade internacional. Para o organismo das Nações Unidas, países devem investir em políticas de proteção das mulheres no meio rural.
Na região avaliada pela agência, a população do campo soma cerca de 121 milhões de pessoas, o que representa aproximadamente 20% da população total. Desse contingente, 48% são mulheres — um total de 59 milhões de indivíduos.
Na América Latina, 40% das mulheres que vivem no meio rural e têm mais de 15 anos de idade não possuem renda própria, embora algumas trabalhem diariamente de forma não remunerada.
Em média, nos países latino-americanos e caribenhos, a mão de obra feminina representa 20% do total de empregados pelo setor agrícola, mas mulheres continuam tendo acesso reduzido a terra, crédito, insumos de produção e mercados.
Os censos agrícolas indicam que, na região, a proporção de mulheres responsáveis por uma propriedade agrícola — formada majoritariamente por áreas de cultivo — varia de 8% em Belize e na Guatemala até cerca de 30% no Chile, Jamaica, Paraguai e Santa Lúcia. No México, a taxa é um pouco mais alta, chegando a 32,2%.
Mesmo em países onde o índice é maior, as propriedades chefiadas por mulheres são, em geral, menores e possuem terras de qualidade inferior às dos homens.
Para as mulheres indígenas — que representam cerca de 10% das mulheres rurais da América Latina e Caribe —. os direitos à terra muitas vezes significam direitos de propriedade coletiva e são fundamentais para sua segurança alimentar.
“Para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), todos os países devem incorporar o enfoque de igualdade de gênero nas políticas públicas, garantir a efetiva implementação e colocá-lo como um tema do mais alto nível político”, afirmou a oficial de gênero da FAO, Claudia Brito, em pronunciamento na terça-feira.
“É necessário fortalecer o acesso à terra das mulheres indígenas na região, de acordo com o mandato da Conferência Mundial de Povos Indígenas de 2014, que estabeleceu o compromisso de apoiar o empoderamento das mulheres indígenas”, acrescentou.