Nos últimos anos, o Brasil vem quebrando recordes relacionados a dimensão de suas tragédias socioambientais. O rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho, o primeiro contaminando uma bacia hidrográfica inteira e o segundo matando mais de duas centenas de pessoas, o misterioso derramamento de óleo que atingiu todos os estados do Nordeste e, finalmente, os incêndios florestais que fizeram a Amazônia arder como nunca levaram a população às ruas em protesto. Será que tudo isso fez aumentar a consciência ambiental ou provocou alguma mudança no modo de noticiar na imprensa? Desde os primórdios do jornalismo ambiental discutem-se estratégias a fim de que o meio ambiente obtenha espaço e tratamento mais privilegiados diante da opinião pública, acostumada a ser tocada por este tema justamente nos casos dramáticos de catástrofes. Tem sido necessário mais do que uma vasta produção acadêmica para compreender esse fenômeno. A garantia da presença de narrativas mais sistêmicas e regulares sobre o meio ambiente nas matérias do cotidiano, afinal de contas, aprimoraria a qualidade da informação para o cidadão.
Como contribuição a esse processo, o “Guia socioambiental da imprensa: povos e comunidades tradicionais”, uma publicação da Operação Amazônia Nativa (OPAN) produzida pelo Projeto Berço das Águas, patrocinado pelo Programa Petrobras Socioambiental e pelo governo federal, nasce com a intenção de fornecer aos formadores de opinião matogrossenses maiores referências e fontes de pesquisa envolvendo povos indígenas e comunidades tradicionais. O objetivo é ampliar as possibilidades de cobertura de pau tas socioambientais situando, em particular, a presença, a importância e o papel desses grupos sociais como essenciais ao trabalho jornalístico, ainda mais em Mato Grosso.
Autores e editores
Author(s), editor(s), contributor(s):
OPAN - Projeto Berço das Águas
Publisher(s):
Operação Amazônia Nativa (OPAN)
A Operação Amazônia Nativa (OPAN) é a primeira organização indigenista fundada no Brasil, em 1969. Há 50 anos atua pelo fortalecimento do protagonismo indígena no cenário regional, valorizando sua cultura, seus modos de organização social através da qualificação das práticas de gestão de seus territórios e recursos naturais, com autonomia e de forma sustentável.