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O Censo Indiano de 2011 contabilizou 833 milhões de pessoas vivendo em áreas rurais, sendo agricultores cerca de 95,8 milhões. A Índia rural, nas últimas décadas, passa por uma grave crise agrária, como consequência da comercialização da agricultura, da dominação do setor por corporações multinacionais, dívidas enormes entre os pequenos agricultores e trabalhadores agrícolas. Há uma epidemia de suicídios, altas taxas de desnutrição e crises em cascata entre artesãos e mineiros, os outros trabalhadores de áreas rurais. Desde 1995, mais de 300 mil agricultores cometeram suicídio e 15 milhões de agricultores abandonaram seus campos.
Essa crise não pode ser atribuída inteiramente à catástrofe climática. Foi criada pela política neoliberal que devastou a vida social de centenas de milhões de indianos. Os custos da agricultura aumentaram, o crédito em condições razoáveis desapareceu e o comércio de mercadorias está previsivelmente favorável aos comerciantes e empresas multinacionais. De fato, as empresas multinacionais do ramo, com seu controle sobre a cadeia global de commodities que abarca das sementes até as mercearias, beneficiam-se independentemente do clima irregular e dos preços flutuantes das commodities. Os agricultores, entretanto, sofrem incessantemente.