Tragédia no litoral, TI Yanomami e a branquitude brasileira
Foto: CGIAR Research Program on Dryland Systems/Flickr
Foto: CGIAR Research Program on Dryland Systems/Flickr
Foto: Water Alternatives Photos/Flickr
Escrito porMong Palatino. Traduzido por Luana Gabriela Marmitt.
Ativistas estão utilizando arte e narrativas para transmitir sua mensagem
A segurança da posse da terra é um dos melhores incentivos para que a população rural que vive em pobreza adote medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
O evento "Integrando os direitos à terra de população rural em situação de pobreza na agenda climática" foi realizado em 6 de junho de 2023 e contou com três palestrantes. O evento foi organizado por um consórcio de organizações, incluindo a Fundação Land Portal, o Fórum Global de Pesquisa e Inovação Agrícola (GFAR), a Coalizão de ONGs Asiáticas (ANGOC) e Jovens Profissionais para o Desenvolvimento Agrícola (YPARD).
Foto: Bhupesh Talwar/unsplash
Este artigo foi escrito por Maximiliano Manzoni para a publicação paraguaia El Surtidor, e é republicado como um trecho na Global Voices sob um acordo de mídia.
Cada vez mais o racismo ambiental entra na agenda socioambiental das empresas que buscam como adotar o ESG (sigla em inglês para Governança Ambiental, Social e Corporativa), e também na cobertura da imprensa sobre a emergência climática. Numa semana em que temos as reflexões do Dia da Amazônia e do Bicentenário da Proclamação da Independência do Brasil é preciso enxergar como a questão tem a ver com essas duas efemérides. A forma como a sociedade e as instituições brasileiras se relacionam com a floresta e com os demais territórios é reflexo de seu passado colonial e escravista.
Foto: Annie Spratt/Unsplash
As consequências da emergência climática refletem, entre muitos exemplos, em uma maior incidência de pandemias, enchentes, deslizamentos, furacões, enfim, eventos extremos da natureza. As mulheres estão entre os grupos mais vulneráveis à crise climática em diferentes aspectos. Também são as responsáveis pelas tarefas de reprodução e de cuidados da vida. Deixando claro que isso não tem a ver com gênero, mas sim com a estrutura da nossa sociedade.
A jornada da família de retirantes que fugia da seca do semi-árido brasileiro acompanhada pela cadelinha Baleia – registrada na obra “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos – serviu de exemplo para que os candidatos à Fuvest 2023, da Universidade de São Paulo (USP), escrevessem, na prova de redação, sobre as migrações forçadas por crises ambientais. Porém, é toda a sociedade que deve refletir (e agir) a respeito dos deslocamentos forçados por desastres ambientais e pelas mudanças climáticas, que afetam grupos sociais mais vulneráveis e causam crises humanitárias.
Há um ano, graças à Rede de Jornalismo de Soluções da LEDE Fellowship e em colaboração com o Land Portal, iniciei um projeto para encontrar histórias em resposta aos danos causados à terra e ao meio ambiente. Durante este tempo, afirmei que comunidades e pessoas ao redor do mundo estão trabalhando para proteger e curar o meio ambiente, mesmo que essas histórias dificilmente cheguem à grande mídia.
Na semana passada foi lançado em evento no Estadão [1], o documento 100 primeiros dias de governo: propostas para uma agenda integrada das Amazônia, elaborado há muitas mãos, sob a coordenação do movimento “Uma Concertação pela Amazônia” [2]. Uma proposta voltada ao bioma que ocupa quase 60% do território nacional, e que traz ao Brasil a oportunidade de propor e exercitar um modelo inovador de desenvolvimento que o mundo todo busca.