Foto: Curt Carnemark/World Bank, Creative Commons, via Flickr
África joga em casa na 27.ª Conferência do Clima da ONU e os dirigentes africanos esperam que saia da estância egípcia de Sharm el Sheikh uma solução para os problemas que os afetam.
O continente é particularmente afetado pelas alterações climáticas e de acordo com as ONGs no terreno, colheitas e pescas podem cair até 40% e até quarenta milhões de pessoas podem ser obrigadas a migrar.
Um exemplo flagrante chega de Moçambique, onde Solani Mhango, é diretor da delegação local da World Wide Fund explica que "60% da população vive na costa. O aumento do nível da água do mar é um problema. Temos ciclones todos os anos e são cada vez mais intensos. Três anos depois do ciclone Idai, ainda há comunidades que estão a tentar recuperar."
São necessários investimentos substanciais para combater as alterações climáticas e de acordo com a International Finance Corporation, só 2% do setor privado tem vindo a investir para se adaptar ao que o futuro lhe reserva.
Makhtar Diop, diretor-executivo da organização, refere que "para os próximos 20 anos precisamos de cerca de 100 mil milhões de dólares de investimento em África para a adaptação. É uma quantia que permitiria superar uma série de desafios, estamos a falar de um valor de cinco mil milhões por ano, um investimento que nos ajudaria a mudar um pouco o curso atual."
Além da falta de investimento, o continente também sofre com as profundas divisões internas. Países que tradicionalmente estão de costas voltadas precisam de se colocar na mesma página para resolver problemas comuns. A Conferência do Clima pode ser um passo no bom sentido mas o caminho ainda é longo.