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A pergunta faz parte do quotidiano dos políticos africanos, especialistas das agências internacionais, trabalhadores de organizações não-governamentais, funcionários de ministérios da cooperação espalhados pelos países do Norte e académicos do mundo inteiro. Apesar dos $500 biliões de dólares investidos pelos países africanos e outros $200 pedidos emprestados nos últimos 40 anos, a África Sub-Sahariana é o continente onde as guerras são praga, os golpes de estado militares são comuns, os cataclismos naturais são fatalismo e a pobreza e estagnação económica são a realidade diária de milhões e milhões de cidadãos. O Fundo Monetário Internacional junta-se ao Banco Mundial, com o aval dos países mais ricos do mundo, na elaboração com os governos dos países africanos, de estratégias e programas para a redução da pobreza absoluta. As Nações Unidas encontram eco junto do capital internacional ao falarem das agendas 2020 ou 2025 onde as inteligentes parcerias pretendem dar ao mundo um mundo novo. A pergunta, todavia, mantem-se, como induzir o desenvolvimento? Como assegurar que o investimento a realizar tenha os efeitos multiplicadores para que o desenvolvimento se torne endógeno ao próprio continente e o mundo deixe de ter de apelar à solidariedade e ajuda internacionais sempre que imagens de crianças famintas, mulheres encharcadas, homens garridamente armados e velhos de olhar vazio que ultrapassa a morte, se instalam na retina sem pedir licença?