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Promovido pelo Museu Imperial de Petrópolis, o Sarau Imperial é a encenação de uma reunião social entre a Princesa Isabel e algumas de suas amigas. A dramatização, cujo elenco é formado somente por mulheres, reúne performances musicais, declamações de poemas, leituras de trechos de jornais do século XIX e interações entre o elenco e a plateia. Neste artigo analisamos as práticas de turismo criativo empregadas na produção do Sarau Imperial, investigando sua relação com a representação de identidades femininas durante a encenação. Leituras de Richards, Raymond, Wilson e Cloke formam o quadro teórico turismo criativo e autoras como Butler, Octobre, Scott e Rago, do campo de estudos de gênero e identidades femininas, completam o referencial. Foi realizada observação participante do Sarau durante três apresentações em novembro de 2016, além de registros audiovisuais e consultas aos produtores da encenação. Observou-se que o Sarau Imperial se constitui como profícua plataforma de reflexões críticas sobre a identidade feminina a partir da interação entre elenco e público, que participa ativamente da dramatização e é convidado a reinventá-la a cada nova sessão.