Agências da ONU alertam para aumento de fome na RD Congo | Land Portal

PMA/Arete/Fredrik Lerneryd. Criança com desnutrição sendo observada em Kalemie, na República Democrática do Congo

Mais de 27 milhões de congoleses, uma em cada três, sofre insegurança alimentar aguda elevada; país africano é agora a nação com maior número de pessoas com necessidade urgente de assistência alimentar; conflitos continuam sendo principal causa da crise. 

Cerca de 27,3 milhões, ou uma em cada três pessoas, sofre de insegurança alimentar aguda elevada na República Democrática do Congo. Desse total, quase 7 milhões estão em um nível de emergência de fome aguda.  

O alerta é da Organização para Alimentação e Agricultura, FAO, e do Programa Mundial de Alimentos, PMA.  O país é agora a nação com maior número de pessoas com necessidade urgente de assistência alimentar em todo o mundo. 

Escala 

Em comunicado, o representante do PMA no país, Peter Musoko, disse que a agência conseguiu analisar, pela primeira vez, a grande maioria da população e por isso teve uma melhor ideia da escala da insegurança alimentar.

Monusco/Michael Ali

Monusco/Michael Ali. Conflito continua sendo a principal causa da crise alimentar na RD Congo

Musoko disse que “este país deveria ser capaz de alimentar sua população e ainda exportar um excedente.” Segundo ele, não se pode “ter crianças indo dormir com fome e famílias não fazendo todas as refeições do dia.” 

O conflito continua sendo uma das principais causas, afetando grandes áreas das províncias orientais como Ituri, Kivu do Norte e do Sul, Tanganica e Kasais. Fatores como a queda na economia e o impacto socioeconômico da Covid-19 estão agravando a crise.  

Para o representante da FAO, Aristide Ongone Obame, os conflitos permanecem uma grande preocupação. Ele disse que “a estabilidade social e política é essencial para fortalecer a segurança alimentar e aumentar a resiliência das populações vulneráveis.” 

Obame afirma ainda que é preciso foco no cultivo de alimentos onde são mais necessários e cuidados com o gado. Segundo o representante, “a principal temporada agrícola está chegando e não há tempo a perder." 

Vítimas 

As agências destacam histórias de pais que ficaram sem acesso a suas terras, que foram forçados a fugir para salvar suas vidas ou viram seus filhos adoecer por falta de comida. 

Os funcionários das agências encontraram famílias que voltaram para suas aldeias e encontraram suas casas totalmente queimadas e suas colheitas saqueadas. Alguns sobrevivem comendo apenas taro, uma raiz selvagem, ou folhas de mandioca fervidas em água. 

UNICEF/Desjardins

UNICEF/Desjardins. Dois meninos em assentamento em Ituri, na República Democrática do Congo

Os mais afetados são deslocados, refugiados, repatriados, famílias de acolhimento, pessoas atingidas por desastres naturais e famílias chefiadas por mulheres. Populações mais pobres em áreas urbanas ou áreas sem litoral e baixo poder de compra também estão entre as maiores vítimas. 

Ajuda 

A FAO e o PMA estão apelando a uma intervenção urgente para aumentar o apoio. 

A FAO se concentra em aumentar o acesso a ferramentas de cultivo e sementes, proteção do gado de qualidade, apoio no processamento e armazenamento de alimentos e combate às doenças de animais e plantas. 

Este ano, a agência pretende dar assistência a cerca de 1,1 milhão de pessoas.  

Já o PMA, distribui ajuda alimentar para 8,7 milhões de pessoas e atua na prevenção e tratamento da desnutrição, que afeta 3,3 milhões de crianças.  

Nesta fase, a desnutrição impacta as crianças para o resto de suas vidas, prejudicando a capacidade de atingirem seu potencial e contribuir com suas comunidades. 

As duas agências também coopera m soluções de longo prazo, investindo em projetos de construção de resiliência que apoiam a agricultura comunitária para aumentar a produtividade, reduzir as perdas e estimular o acesso aos mercados.  

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