Os assentamentos de reforma agrária têm assumido um papel de destaque em relação ao desmatamento da Amazônia nos últimos cinco anos. Atualmente cerca de 8% do território dos estados amazônicos (41,8 milhões de hectares) encontra-se destinado aos 3.589 assentamentos de reforma agrária. Esses assentamentos, que representam 39% do número e 81% da área destinada a reforma agrária no país, ao mesmo tempo em que têm servido para aliviar a pressão social pela terra, têm representado um desafio para o alcance das metas nacionais de redução de gases do efeito estufa decorrentes da conversão florestal. Este fato chama atenção para a dificuldade de se estabelecer assentamentos sustentáveis do ponto de vista social, ambiental e econômico. Esta publicação apresenta uma síntese da dinâmica do desmatamento nos assentamentos da Amazônia nos últimos 12 anos (2003 a 2014), entendendo as principais características e vetores que têm levado à conversão florestal nessas áreas, além dos principais desafios e oportunidades para a construção e a consolidação de uma reforma agrária sustentável na região.
Authors and Publishers
Ane Alencar, Cassio Pereira, Isabel Castro, Alcilene Cardoso, Lucimar
Souza, Rosana Costa, Antônio José Bentes, Osvaldo Stella, Andrea
Azevedo, Jarlene Gomes, Renata Novaes
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) é uma organização científica, não governamental e sem fins lucrativos que desde 1995 trabalha pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia, de modo a gerar prosperidade econômica, justiça social e a conservação da integridade funcional dos ecossistemas da região.